
Destaque do Flamengo até 2004, Júlio César atualmente é "muito mais goleiro" do que era naquela época. A avaliação é do próprio jogador, que descarta o rótulo de ídolo da Seleção Brasileira e só pensa em dar sua contribuição para conquistar a Copa do Mundo de 2010, entrando para a história verde e amarela.
Júlio César descartou qualquer tipo de vaidade nesta sexta-feira, quando concedeu sua primeira entrevista desde a chegada a Johannesburgo, uma das cidades-sede da Copa do Mundo da África do Sul.
Negando sonhar em ser o melhor goleiro do mundo, ele apontou que seu foco total está na equipe brasileira. "Não penso nem um pouco em um prêmio individual. Meu pensamento único é vencer o hexa, tocar o troféu, beijá-lo. Quero marcar meu nome na história da Seleção", disse.
Para justificar seu pensamento, Júlio César ressaltou que a posição de goleiro é "muito particular". "Hoje você é considerado o melhor do mundo e amanhã pode ser considerado o pior. O importante é manter a regularidade", afirmou.
Indo além, o goleiro não reconheceu nem sequer seu status de ídolo do time. "Não tenho nada a ver com isso, não me vejo assim", apontou, cortando rapidamente um repórter que lhe perguntou sobre o assunto. Nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa, ele se destacou bastante no time dirigido por Dunga, que sofreu apenas 11 gols nas 18 partidas disputadas.
De qualquer forma, o humilde Júlio César admitiu ao menos um elogio ao falar sobre si mesmo. Nostálgico, ele comentou sua trajetória, passando pelas categorias de base do Flamengo, e lembrou o quanto evoluiu até alcançar a titularidade absoluta da Inter de Milão, pela qual conquistou a Liga dos Campeões da Europa, o Campeonato Italiano e a Copa da Itália na última temporada.
"Desde que cheguei à Itália venho em uma ascensão muito boa. Sempre tive o objetivo de me firmar na Inter, e graças a Deus as coisas deram certo", afirmou o goleiro, que em 2005 chegou a ser emprestado pelo clube de Milão ao Chievo. "Meu momento é maravilhoso, correspondi nas oportunidades. Adquirir esse respeito na Itália é muito gratificante porque eles consideram que os goleiros lá são os melhores (do mundo)".